quinta-feira, 14 de julho de 2011

Saudade



Chegas suave e bela, trazida por um sabor, cor, aroma ou som
Teu perfume encantador envolve e seduz, e nos entregamos aos sonhos que reavivas
Ao encarar tua face, no entanto, percebemos a ilusão.
Uma metamorfose instaura-se e conhecemos quem de fato és.                                                   
Teu hálito é quente, tua pele seca.
Estás envolta de entretons, mas constituída de vazio.
Tens nas mãos uma flecha dourada que não dói ao penetrar mas destrói ao se instalar.
 Teu olhar é um furacão que nos arrebata
Mergulho no escuro, frio, cinza
Onde estão as flores, o sol, as músicas?
Silêncio... angústia
Dizem que podes ser generosa e leve, que moras em jardins onde passeiam os deuses
Conheço, no entanto, apenas tua ira e aflição
Minha ventura é que namoras Cronos e ele em breve te levará
Tirando-me do entorpecimento  e devolvendo-me os pássaros.

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