segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tudo vale a pena se a alma não é pequena?


"Valeu a pena / Êh! Êh! / Sou pescador de ilusões..."
O Rappa

"Me abrace e me dê um beijo / Faça um filho comigo! / Mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo..."
O Rappa

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena."
Fernando Pessoa

Enquanto se é pescador de ilusões, tudo que é reluzente torna-se atraente. Todas as oportunidades de sair da “poltrona em um dia de domingo” (e também durante a semana), são um bom motivo pra se aventurar! E como a vida é mais suave e musical quando nos permitimos simplesmente sentir o que ela nos proporciona!!! O problema é que nessa busca pelas ilusões, esquecemos de escutar o medo, preferimos sempre o colorido dos “corais” e olvidamos que ao mergulhar corremos o risco de nos afogar!
Será que Fernando Pessoa conhecia o que não se pode perder? Até conhecer esse vazio, tudo de fato vale a pena! Aprendemos sempre com cada ilusão mergulhada e saímos mais fortes e mais ricos, quiçá mais sábios. Mas a cada escolha uma perda, a cada mergulho um adeus e os quadros da vida vão se modificando a cada nova “pescada”.
As ilusões passam e com elas a euforia. Olhamos ao nosso redor e nos perguntamos: Aquelas fotografias, esse espírito renovado, aquelas lembranças, valem o que deixamos pra trás? E nossa “alma” gigante se responde que sim... e seguimos ganhando ao perder!
Até o dia em que o jogo vira e perdemos os pilares de nossa alma, o nosso sustentáculo e percebemos que nem toda caçada é válida, que nem todo mergulho pode ser realizado confiando apenas em nossos pulmões.
Será que entender que há coisas que devem ser conservadas, é ter a alma pequena?
Ah, meu poeta-mestre! Será que tudo realmente é valido? Pra mim não!
E nunca mais, corais, borboletas ou brilhos me farão perder mais do que posso e me darão esse vazio, o vazio da ilusão que destrói alicerces e no fundo, valia menos que uma doce e simples noite de sono!
Fico com uma outra lição: “Navegar é preciso, viver não é preciso!”
Sigamos pois, navengando!

sábado, 28 de agosto de 2010

O som de si?

      
Bom...eu deveria começar falando do nome do blog, mas podemos falar disso depois.

       Hoje pensei sobre sons e silêncio. Claro que não tenho nada filosófico ou belíssimo para falar, nada como foi dito por Milton Nascimento ou outros...

       Na verdade sou muito sonora, falo pacas, e sempre estou envolvida em situações de ruídos, ausência de som mesmo, só ao dormir, e nem todas as noites! Mas deixemos as vivências pessoais para depois...

       Esse mundo dinâmico e gerúndio está sempre repleto de acústica (agora mesmo todos dormem e o ventilador e o teclado insistem em se comunicar) e me pergunto: onde foi parar o silêncio? Dentro de cada um? 
       Bom...se assim foi, estou perdida porque em mim não o encontro. Será que está perdido no meio dessa barulheira toda que somos, produzimos, aturamos? Estará perdido em sonhos ou em contos? Não sei, mas hoje, especialmente hoje, talvez fruto da embriaguez que me toma, talvez filho do cansaço, encontrei o silêncio. Foi rápido, fugaz, mas real e estonteante; ele estava dentro do capacete, na concentração de um barulho de motor. Ele me visitou, falou de doçura, me seduziu e me escapou.

       Saudades do silêncio em mim, no mundo. O doce silêncio que te dá a sensação de compreensão da vida, que lembra o prazer da música, que chama os amigos para conversar. Esse silêncio que deixa tão especial a luz da lua.

 
       Saudade de simplesmente ouvir o escuro mudo da vida.